sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pescaria

Enquanto fecho os olhos, vejo meus peixes tímidos nadando em lágrimas, escorrendo na face já disfarçada e, finalmente, se debatendo no solo à procura de suspiros que demandem vida. Aquelas costuras invisíveis a fio de náilon entre nós costumava nos trazer sardinhas: não eram salmões, mas eram diferentes das botas velhas de hoje... o fato é que a nossa tenda de peixes faliu, você não vendeu nada, apagou as luzes e foi embora só com o troco.

A gaita

Ali, bem ali, algo se desvencilhava dos ferros e se aturdia em poder de pássaro: voava sonoro que o céu mantinha inveja. Desse modo, então, o céu decidiu refleti-lo em nuvens, imitou, imitou... o vento soprou e fez barulho: desmoronou minha casa de taipa e encantou meus ouvidos. (...)