domingo, 7 de novembro de 2010

Desconstruindo Julieta

A contagem dos ladrilhos se misturava à reza e aos pedidos de bons caminhos. Julieta, que procurava um bom futuro nos rastros das borboletas, tinha a liberdade sob os seus pés. Quanta pretensão - eu, Romeu – admirar tanta leveza num ar devasso: as borboletas se entrelaçavam às tatuagens que, por seus milhares de vezes, embaralhavam-se com as palavras de bom futuro. O fato é que, num dia normal de uma blusa florida, ela esperou a borboleta. E esperou. E esperança! A borboleta, sem anúncio, pousara na caçadora. Julieta-borboleta, de tanto elencar bons acontecimentos orientados por elas, estava, por inteira, no caminho certo. Ela era a certeza, ela era o bem.

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