domingo, 7 de novembro de 2010

Narciso



Não havia sinal de fogo e, mesmo assim, me pus em posição de esgrima. O inimigo acobertado de armadura estava preso aos portões em alto ego: peito aberto e gritos ensurdecedores. As correntes me prendem bem ao meio da arena e, entre esmurro e ao meio da zoada, me ponho na candura de estar no lugar dele. Ele era eu. É como se, por instantes, o seu próprio ego desejasse profundamente te matar. As correntes somem, meus olhos cerram e ouço as ordens de Átropos:

- Cortem-lhe a linha!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

miradores comentaram