domingo, 29 de agosto de 2010

A andorinha e o presidiário

O frio não intimida. Ele tira a camisa e ela, a sapatilha. Correm ávidos por um pouco de tempo a mais. São motoristas bêbados que se defrontam com o mar. São crianças endiabradas que pulam as ondas e tropeçam nas pernas. São festeiros que comemoram a liberdade dela. Futura liberdade. Há pouco menos de seis meses, ele a quer bem. Suga as forças vindas de sofrimentos passados e, enquanto tentam se aquecer, ele não faz nada. O presidiário sofre com as grades.
- Olhem o meu estado! Disse a andorinha de braços abertos enquanto umas gotas salgadas saiam das roupas e percorriam seu corpo até o calcanhar.
Ela está livre.
- Que não sejam devaneios de um preso alcoolizado, pensou ele.

4 comentários:

  1. Segunda vez que torno a esse blog e saio ainda mais maravilhado!
    Você escreve muito bem!

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  2. Adorei a postagem e o blog, você escreve com a douçura de quem traduz o que sente. Se puder visite :http://eapesardetudosorrir.blogspot.com/

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  3. Ameeei seu blog Mateus! Adorei tbm o jeito com q vc enxerga as coisas. Muuito lindo, parabéns! ;D

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  4. Amooooore, como sempre arrasando nos textos né? Sou tua fã e Tu sabe disso!

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miradores comentaram