segunda-feira, 27 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
Cinzas
Eu, poeta aniquilado, me permiti te amar por nove anos. Sonhei emaranhar-me em ti. Que estava errado, que certo, que coisa-e-tal. Queimei teu nome! Me basta reconhecer-te pelo cheiro, pela rebeldia, pelo cantar... sou homem condenado ao não amar. Sou poeta carecido de corpos, de inspiração. Sou devoto da permissão permitida por mim de livre ser.
domingo, 19 de setembro de 2010
A saboneteira vista de baixo
“Eu não vou mudar não, eu vou ficar são mesmo se for só. Não vou ceder! Deus vai dar aval, sim: o mal vai ter fim e no final, assim, calado, eu sei que vou ser coroado rei de mim.”
De onde vem a calma - Marcelo
A cabeça atinada me fez trancar a porta de trava quebrada do banheiro e me trancar lá dentro. Te desatina, cabeça, desatina-me! Me faz parar de tremer. Me deitei aos pés da pia e procurei companhia – mas, veja, não há aranhas – há, entretanto, uma saboneteira. Toda saboneteira vista de baixo é a ponta da tromba de um elefante. É como se estivesse num safári: numa areia movediça, as idéias que tanto se debateram, agora estão atoladas. Eu, que desrosqueei o alargador, tirei o escapulário, desprendi a pulseira e estava pronto a passar a noite ali, estou são. O único problema é que elefantes não conseguem me ajudar a pôr a pulseira de volta. (...)
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
Poesia urbana
A morte de Jacinto
sábado, 11 de setembro de 2010
Nomeie um sonho aqui
Armas de fogo
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
A cigana e o florista
Únicas palavras
- (...)
- Acontece que o senhor não pode se culpar pelo Sr. Amor, ele é quem me faz sofrer.
- (...)
- Dizem que a cura para a doença do sofrimento é uma reza forte feita pela Madame Liberdade, é verdade?
- (...)
- O teu silêncio me endoida – aliás, falando nisso – vou visitar a Dra. Loucura, ela costuma te atravessar as entranhas e te analisar a fundo. Ela é maluca que cuida dos maiores malucos. Não é maluco isso?
- (...)
- Boa tarde, Dra., dizem que a senhora é doida, mas não me importo... eu sofro da doença do sofrimento, tenho rachões no coração...
- (...)
- Sinto que as poucas melhoras de quando visitava o Sr. Amor acabou... agora sou nada novamente. E não sinto vontade de me levantar, sabe? Eu nunca fui bonito, mas lá – lá na casa do Sr. Amor, eu me sentia bem, pelo menos era disposto a me levantar noutro dia. Mas, e agora? O que tenho?
- Você tem medo dos castigos da Mãe Existência.
sábado, 4 de setembro de 2010
A borboleta púrpura e o indolente
(à psicologia que, em mim, se empoleirou)