domingo, 19 de setembro de 2010

A saboneteira vista de baixo

“Eu não vou mudar não, eu vou ficar são mesmo se for só. Não vou ceder! Deus vai dar aval, sim: o mal vai ter fim e no final, assim, calado, eu sei que vou ser coroado rei de mim.”

De onde vem a calma - Marcelo



A cabeça atinada me fez trancar a porta de trava quebrada do banheiro e me trancar lá dentro. Te desatina, cabeça, desatina-me! Me faz parar de tremer. Me deitei aos pés da pia e procurei companhia – mas, veja, não há aranhas – há, entretanto, uma saboneteira. Toda saboneteira vista de baixo é a ponta da tromba de um elefante. É como se estivesse num safári: numa areia movediça, as idéias que tanto se debateram, agora estão atoladas. Eu, que desrosqueei o alargador, tirei o escapulário, desprendi a pulseira e estava pronto a passar a noite ali, estou são. O único problema é que elefantes não conseguem me ajudar a pôr a pulseira de volta. (...)



Nenhum comentário:

Postar um comentário

miradores comentaram