segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Únicas palavras

- Olhe, Sr. Desespero, não me leve a mal, mas com tudo o que aconteceu, o senhor não deveria se incomodar e nem, muito menos, bater na minha porta às duas da manhã...
- (...)
- Acontece que o senhor não pode se culpar pelo Sr. Amor, ele é quem me faz sofrer.
- (...)
- Dizem que a cura para a doença do sofrimento é uma reza forte feita pela Madame Liberdade, é verdade?
- (...)
- O teu silêncio me endoida – aliás, falando nisso – vou visitar a Dra. Loucura, ela costuma te atravessar as entranhas e te analisar a fundo. Ela é maluca que cuida dos maiores malucos. Não é maluco isso?
- (...)
- Boa tarde, Dra., dizem que a senhora é doida, mas não me importo... eu sofro da doença do sofrimento, tenho rachões no coração...
- (...)
- Sinto que as poucas melhoras de quando visitava o Sr. Amor acabou... agora sou nada novamente. E não sinto vontade de me levantar, sabe? Eu nunca fui bonito, mas lá – lá na casa do Sr. Amor, eu me sentia bem, pelo menos era disposto a me levantar noutro dia. Mas, e agora? O que tenho?
- Você tem medo dos castigos da Mãe Existência.

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